É fácil notar que, no futebol brasileiro, os técnicos não têm estabilidade. A pressão dos dirigentes e dos torcedores e os problemas de relacionamento com os jogadores são motivos que fazem treinadores serem demitidos em poucos meses. Os trabalhos longos são exceção por aqui.

Vamos dar uma olhada nos números para fazer um comparativo?

Podemos fazer este cálculo de diferentes formas, e o resultado pode variar de acordo com o período de tempo analisado e o número de clubes incluídos. Mas para termos um retrato que seja possível fazer uma comparação correta fixamos uma data de corte (08/11/2019) e contabilizamos quantos dias de trabalho têm cada um dos treinadores dos 20 clubes do Brasileirão – Série A e da Premier League.

O gráfico mostra o seguinte resultado:

*Consideramos Tiago Nunes e Fábio Carille por não terem substitutos em definitivo na data.

Fazendo uma média considerando este retrato, um técnico no futebol brasileiro fica pouco mais de 5 meses (164 dias) no cargo, enquanto no futebol inglês o tempo é de 2 anos e 2 meses (798 dias) de permanência – quase 5 vezes maior.

Analisando o gráfico do futebol brasileiro, metade dos técnicos iniciou seu trabalho não faz nem 2 meses, enquanto nos clubes da Premier League 6 dos 20 trabalhos já duram 3 anos ou mais. Esses dados podem ajudar a entender um pouco sobre aspectos profundos do nível do futebol apresentado pelos times no Brasil, incluindo definição de modelo de jogo que é modificada a cada troca de treinador, e porque o futebol inglês se tornou essa referência quando analisamos o futebol de clubes.